terça-feira, 10 de março de 2015

O inesquecível 11 de março.

O 11 DE MARÇO

O dia 11 de março de 2011 será marcado pelos episódios naturais ocorridos em nossa cidade. A bela “deitada-à-beira-do-mar”, como dizia o poeta, acordou assustada com as notícias nunca divulgadas de enchentes e deslizamentos de morros em seu ventre e entorno, causados pela quantidade de chuva torrencial que se abatia.

No dia anterior, a natureza já havia traçado um desenho do que estava para acontecer, quando começou chover em quantidade e volume nunca vistos, descendo dos morros, alagando os pontos mais baixos e dando o primeiro indício com o deslizamento no Morro do Bom Brinquedo, no coração da cidade.
Mas foi na noite do dia 10, quinta-feira, e amanhecer do dia 11, sexta, que presenciamos o maior volume de chuva aqui registrado.
A quantidade e a força da água foram tão intensas que os telhados das casas indicavam que todos iriam desabar. As centenárias telhas de algumas casas históricas não resistiam a tal quantidade de água e gotejavam por inteiro, causando pânico aos moradores. As luzes se apagaram, os telefones ficaram mudos e o abastecimento de água potável foi interrompido.



Considerações
A maioria das cidades que sofre com uma calamidade, junta forças e se une – povo e políticos – para sua reconstrução. O momento é único. É como esperar uma carona pra fazenda e aparecer em sua frente um cavalo encilhado. Ou monta ou vai continuar esperando!
Por iniciativa convidei algumas lideranças e empresários, na tentativa de abrir discussão sobre nossa atual situação. Quase conseguimos formatar uma proposta, mas como não temos hábitos coletivos - o imediatismo e da descrença nos assolam – em nada resultou.

Assim mesmo, procurei o M.P. na tentativa em realizar uma Audiência Pública. No sentido de esclarecer a comunidade, sobre as ações que estavam sendo tomadas pela administração municipal e abrir canais de participação. Mas, foi a Câmara Municipal que deu ressonância e realizou a tal audiência.
Participou o prefeito, a Defesa Civil, a Cohapar...Os vereadores e a comunidade.
A discussão foi acalorada, mas nada foi gravado e muito menos foi elaborada proposta ou um Plano de Ação.
Entre umas e outras falas, propus em alto e bom som, a formação de um Conselho Comunitário para a Reconstrução da Cidade, com representantes de toda a sociedade, que pudesse discutir e definitivamente executar ações que viessem contribuir para o resgate da nossa auto-estima e a reconstrução da nossa tão abandonada e agora ferida cidade. Proposta aceita pelas autoridades presentes, mas que nunca foi executada.
O alcaide de plantão sabia muito bem ouvir e tratava as pessoas com respeito, mas nada que ele falava e assumia dava para escrever. Palavras eram apenas sons que sumiam ao vento.
Quatro anos depois, 2015, podemos afirmar que pouco ou quase nada foi feito. Não adianta passar um cavalo encilhado na frente de quem não sabe montar. Nem onde fica a fazenda! E a cidade padece.


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