O 11 DE MARÇO
O dia 11 de março de 2011 será marcado pelos episódios naturais ocorridos em nossa cidade. A bela “deitada-à-beira-do-mar”, como dizia o poeta, acordou assustada com as notícias nunca divulgadas de enchentes e deslizamentos de morros em seu ventre e entorno, causados pela quantidade de chuva torrencial que se abatia.
No
dia anterior, a natureza já havia traçado um desenho do que estava para
acontecer, quando começou chover em quantidade e volume nunca vistos, descendo
dos morros, alagando os pontos
mais baixos e dando o primeiro indício com o deslizamento no Morro do Bom
Brinquedo, no coração da cidade.
Mas
foi na noite do dia 10, quinta-feira, e amanhecer do dia 11, sexta, que presenciamos o
maior volume de chuva aqui registrado.
A
quantidade e a força da água foram tão intensas que os telhados das casas
indicavam que todos iriam desabar. As centenárias telhas de algumas casas
históricas não resistiam a tal quantidade de água e gotejavam por inteiro,
causando pânico aos moradores. As luzes se apagaram, os telefones ficaram mudos
e o abastecimento de água potável foi interrompido.
Leia matéria completa: http://palavradobo.blogspot.com.br/2013/03/o-11-de-marco.html
Considerações
A maioria das cidades que
sofre com uma calamidade, junta forças e se une – povo e políticos –
para sua reconstrução. O momento é único. É como esperar uma carona pra fazenda
e aparecer em sua frente um cavalo encilhado. Ou monta ou vai continuar
esperando!
Por iniciativa convidei
algumas lideranças e empresários, na tentativa de abrir discussão sobre nossa
atual situação. Quase conseguimos formatar uma proposta, mas como não temos
hábitos coletivos - o imediatismo e da descrença nos assolam – em nada
resultou.
Assim mesmo, procurei o M.P.
na tentativa em realizar uma Audiência Pública. No sentido de esclarecer a
comunidade, sobre as ações que estavam sendo tomadas pela administração
municipal e abrir canais de participação. Mas, foi a Câmara Municipal que deu
ressonância e realizou a tal audiência.
Participou o prefeito, a
Defesa Civil, a Cohapar...Os vereadores e a comunidade.
A discussão foi acalorada,
mas nada foi gravado e muito menos foi elaborada proposta ou um Plano de Ação.
Entre umas e outras falas,
propus em alto e bom som, a formação de um Conselho Comunitário para a
Reconstrução da Cidade, com representantes de toda a sociedade, que pudesse
discutir e definitivamente executar ações que viessem contribuir para o resgate
da nossa auto-estima e a reconstrução da nossa tão abandonada e agora ferida
cidade. Proposta aceita pelas autoridades presentes, mas que nunca foi
executada.
O alcaide de plantão sabia
muito bem ouvir e tratava as pessoas com respeito, mas nada que ele falava e
assumia dava para escrever. Palavras eram apenas sons que sumiam ao vento.
Quatro anos depois, 2015, podemos
afirmar que pouco ou quase nada foi feito. Não adianta passar um cavalo
encilhado na frente de quem não sabe montar. Nem onde fica a fazenda! E a
cidade padece.
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